sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Viajantes



Somos todos viajantes de uma jornada
cósmica – poeira de estrelas, girando e dançando
nos torvelinhos e redemoinhos do infinito: a vida é
eterna. Mas suas expressões são efêmeras,
momentâneas, transitórias. Gautama Buda disse
certa vez:   "Nossa existência é transitória como
as nuvens do outono. Observar o nascimento e
a morte do ser é como olhar os movimentos da dança.

Uma vida é como o brilho de um relâmpago
 no céu, 
levada pela torrente montanha abaixo."
Nós paramos um instante para encontrar o outro
para nos conhecermos, para amar e compartilhar.
É um momento precioso, mas transitório. Um
pequeno parêntese na eternidade. Se partilhamos
carinho, sinceridade, amor, criamos abundância e
alegria para todos. Esse momento de amor
é eterno.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

A Minha Fantasia

Estava escuro naquela noite chuvosa
A musica acalmava a batida do meu coração
Que como pingos de chuva com intervalos curtos
Faziam um barulho único ao tocarem o chão
A cama macia me confortava
Só conseguia lembrar da sua voz ao meu ouvido
E batendo o lápis no caderno em branco
Conseguia imaginar seu rosto
Seus olhos julgando os meus
Sua boca macia querendo a minha
Queria tanto ficar ali
Naquela fantasia que poderia durar pra sempre
Mas a musica acaba
Então posso escutar você me dizendo adeus
E sumindo na escuridão
E só me resta ouvi-la mais uma vez


segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Somente o Vazio

Não há o que dizer
Não há o que pensar
Sem ninguém para ouvir

Não há o que ler
Não há o que aprender
Sem ninguém para ensinar

Não há a quem amar
Não há a quem se dedicar
Sem ninguém para compartilhar

Não há o que se discutir
Não há o que planejar
Sem ninguém para se debater

Não há onde fugir
Não há onde se esconder
Sem ninguém para proteger

Não há o que compor
Não há o que cantar
Sem ninguém para aplaudir

Não há o que orar
Não há o que se arrepender
Sem ninguém para sofrer

Não há o que temer
Não há o que se acovardar
Sem ninguém para ameaçar

Não há o que escrever
Não há o que expressar
Sem ninguém para criticar

Há um vazio a espera de ser preenchido
Não com metáforas e antagonismos
Mas com amor e humanidade


segunda-feira, 25 de julho de 2011

Luto pelo afogamento das palavras não-ditas

Escapa-me a lucidez
nesse oceano de palavras não-ditas:
rosas indomáveis querem transbordar de mim;
o superego soberano as afoga; eu choro minha perda...
Nado em luto nos vãos estreitos
entre meus pensamentos paradoxais;
preciso respirar um instante de sanidade oxigênica.
Vislumbro o céu, refúgio das estrelas;
a lua, rainha dos amantes, brilha.
Enfim um pouco de ar...

quinta-feira, 21 de julho de 2011

O som do trovão

Som imponente,
de um fogo que vem até nós,
relampejando nos céus,
e se misturando com chuva atroz.

É o trovão,
e há quem goste ou não,
do som energético
produzido por esta luz,
que em forma de raio reluz.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Sol

Um dia, olhei para o Céu,,
vi nele um espesso véu,
uma trovoada iminente:
Raios, coriscos, centelhas
Abrem crateras, vermelhas,
em corrupio permanente.

Um raio de sol espreita
por uma abertura estreita.
Entre nuvens carregadas,
pequenas gotas de chuva,
quais lágrimas de viúva,
são por ele violadas.

Passados breves instantes,
do acto entre os dois amantes,
um fenómeno acontece:
Um arco-iris, infinito,
torna o céu mais bonito,
O sol brilha, a terra aquece.

Belo arco-iris, colorido,
por nuvem negra parido,
que um raio de sol fecundou,
gera festival de cores,
filho de estranhos amores
que a tempestade juntou.

O Sol fonte de energia,
tudo mata, tudo cria,
seja em que lugar for,
É Deus da fertilidade,
luz divina, claridade,
com a terra faz amor.


quinta-feira, 14 de julho de 2011

Madrugada


Está farta.

Grávida das palavras
enxertadas nas trevas
de todos os significados
possíveis
para cada um
impossível.

Plena fartura:
ventre,
criação,
criatura.

A pena range sobre o papel.
Rebenta o poema
que aguava aqui dentro.